by Jean Damascène Hakuzimana

Declarados inimigos durante décadas, a Eritreia pode estar a ajudar a Etiópia na sua luta contra a região de Tigray, enviando milhares de tropas para atravessar a fronteira para lutar ao lado das próprias forças da Etiópia num esforço para suprimir a liderança de Tigrayan. Isto de acordo com a Reuters, cujas fontes incluem diplomatas americanos. Imagens de satélite e testemunhos confirmaram o relatório. Tigray é uma região do norte da Etiópia que desafiou o governo federal de Abiy Ahmed.
O The Guardian noticia que o envolvimento da Eritreia vai complicar um conflito já emaranhado -e pode forçar os EUA- uma vez aliado na região- a tomar uma posição diferente sobrea Etiópia – que tem colaborado com o regime desonesto da Eritreia. Ambas as nações sempre negaram a colaboração. O Mike Pompeo, do Departamento de Estado dos estados unidos, pediu o fim das hostilidades entre os beligerantes em novembro, mas essa chamada não foi atendida.

A Eritreia já fez parte da Etiópia. Na década de 1970, a Frente Popular de Libertação da Eritreia (EPLF) lutou, ao lado de TPLF, derrubar Mengistu Haile Mariam, então ditador da Etiópia, que finalmente teve lugar em 1991. Em 1990, a Eritreia declarou a independência e tornou-se uma nação soberana. O TPLF tornou-se a potência dominante na Etiópia, e isso continuou por quase 20 anos. Durante o seu mandato, outros grupos étnicos foram postos de lado, até à revolta de 2018 que abriu caminho para que o primeiro-ministro Abiy Ahmed, da maioria Oromo tribo, ascendesse ao poder. Assim que foi inaugurado, Tigray começou a disputar com o Primeiro-Ministro Abiy Ahmed e a sua agenda política, que se intensificou na guerra civil.

Perto do início deste conflito armado, o TPLF, atacado pelo governo federal, disparou foguetes contra a capital da Eritreia, Asmara. Em 1 de dezembro, o Primeiro-Ministro Abiy Ahmed anunciou que o governo federal assumiu o controlo da região de Tigray, prometendo reconstruir as suas infraestruturas danificadas. A Reuters relata que a TPLF não cedeu, mas prometeu multiplicar os seus ataques em diferentes frentes. Os experts estão preocupados com uma guerra de guerrilha em formação, que pode ter um impacto desestabilizador na região.
Entretanto, os refugiados fugiram dos combates e atravessara o Sudão. Horganizações umanitárias e united Nations O secretário-geral António Guterres pediu a ambos os lados do conflito que permitissem o acesso humanitário às populações carenciadas. Guterres manifestou igualmente preocupação com eventuais violações dos direitos humanos e exortou a um rápido restabelecimento do Estado de direito.